Mês de Março\2010

Economia e vida ( I )

É o tema da Campanha da Fraternidade 2010, cujo lema é vocês não podem seguir a Deus e ao dinheiro. “Não é a riqueza nem o lucro sem medida, que geram paz e laços de fraternidade; (lc 16,19-31)Mas todo o gesto de partilha em nossa vida (mc 12,42-44)Que faz a fé se transformar em caridade. (gl 5,6)”, é a estrofe final do hino desta Campanha. Os cristãos devem se interessar por este tema, visto ser impossível servir a dois senhores e quem serve ao dinheiro como senhor absoluto não será de forma alguma bom servidor de Cristo. O bom cristão deve servir-se do dinheiro para viver de forma ordenada e praticar a caridade e não para dar azo a ganância e a exploração. Isto serve tanto para patrões como para empregados. Jesus disse que os pobres sempre irão existir no mundo e inclusive Ele próprio nasceu pobre para dar-nos o exemplo de humildade, e até amava de coração os pobrezinhos, mas não disse em lugar algum que miseráveis sempre existiriam no mundo, porque a miséria não é de Deus e sim fruto de diversas situações como o esquecimento de Deus pela sociedade, a exploração dos mais ricos sobre os mais pobres e a revolta dos pobres contra os economicamente melhores de vida. Infelizmente o Homem está regredindo no terreno espiritual e progredindo na maldade, no querer mal. É o salve-se quem puder! “Eu me dando bem, não importa o outro!” Exemplo disso é a seca que está acontecendo. Um indivíduo diz para o outro: “Puxa com esta seca meu café vai madurar sem granar!” E outro, ao invés de dizer: “Confie em Deus, Senhor do Universo, vamos rezar para que Ele nos mande a chuva!” Ao contrário sai e pensa com seus botões: “Quero mais é que ele morra seco... se dane!” Se cada pessoa se colocasse no seu devido lugar, primeiramente de filho de Deus, buscando em primeiro lugar o reino do Pai e a sua justiça, já seria um grande passo visto que certamente não seria miserável, pois um pai nunca deixa seu filho na miséria; depois procurando, se for patrão, não explorar seus empregados, pagando em dia devidamente seus ordenados e tratando-os como pessoas humanas, filhos de Deus e herdeiros do céu como qualquer outro; se for empregado esforçar-se por cumprir devidamente seu trabalho, com docilidade e alegria. Assim existiria a tão sonhada paz na sociedade, onde todas as classes sociais viveriam de forma ordenada auxiliando-se mutuamente na caridade fundamentada no amor ao Pai Criador. Tão diferente da sociedade materialista do mundo atual, onde as idéias de Max se espalharam rapidamente em detrimento aos valores propostos pelo Evangelho, onde a alma humana está contaminada pelo orgulho, avareza, inveja, ira, impureza, gula e preguiça, os vícios capitais causadores de todos os outros vícios. Sendo que o Evangelho de Jesus Cristo nos indica o contrário, que para ser feliz é preciso praticar as virtudes derivadas das sete principais que são Temperança, Caridade, Simplicidade, Paciência, Generosidade, Diligência e Humildade. O resultado de todo este descontrole dos seres humanos em relação aos planos de Deus para o mundo, são os danos inexplicáveis na economia culminando na miséria de milhares, numa terra farta, onde o número de alimentos excede significadamente ao número de viventes. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão dadas por acréscimo.”(Mt 6,33)

(Isabel Menezes é Psicopedagoga, Professora de Ensino Religioso no C. E. Dr. Miguel Couto Filho e de História no CIEP 381)